quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lá pelas duas

Vou chegar atrasada no Reveillon...

... o ANO NOVO que me AGUARDE! (frase com duplo sentido)

(Que o ano novo lhe aguarde também... de braços abertos, sorriso no rosto e bilhete de boas vindas.)
Obrigada de coração à todos pelas palavras deixadas aqui. Sempre gosto muito. Nos vemos no ano que vem? Lá pelas duas?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Também é natal no sertão

-Moça, você pode escrever uma carta para mim?
-Claro senhor.


Rosa, Romildo, Rosivaldo, Roseline, Rosildo, Rosiclaudio, Rose e Rosamaria,

A saudade é grande, maior até que esta cidade em que estou. Aqui chove, quase todos os dias. E em toda hora que isto acontece, penso em vocês. Com o chão rachando. Se pudesse mandaria água de presente. Mas, não posso. Nem dinheiro, por enquanto. Então, mando escondido nestas letrinhas bonitas, esperança e fé. São as únicas coisas que tenho e reparto com vocês!!! Fé e esperança de um dia melhor, de nós todos juntos aqui.

Com amor,

Ronaldo

(Não tenho dinheiro, não mando presentes, mas eu ofereço letrinhas de Natal. Feliz Natal para vocês!!)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

!

Porque você não se declara?
Não se declama?
Não se espalha?
Não se derrama?
Já que a sua voz é tão linda,
e você escreve tão bem...


... e eu adoro versinhos simples e de amor!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Rua da Saudade, sem número

É estranho quando uma rua perde o sentido e passa a ser somente a rua em que morávamos. Assim, dita no passado. O portão azul continua pintado da mesma cor, um pouco mais celeste, mas ainda azul. E os carros continuam passando da direita para a esquerda. Nada mudou. Somente nós. Tenho vontade de perguntar se alguém daquela casa é feliz. Como se a felicidade fosse um tesouro que esquecemos e deixamos para trás. Mas, não aperto a campainha. Sento na calçada e fico vendo as lembranças passarem. Uma a uma, de cores variadas. A saudade aproveita o momento e estaciona ao meu lado e me faz companhia até o entardecer. - Moça, você está perdida? Ouço alguém dizer. -Sim, estou...

... e me dá uma vontade de chorar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alguém me empresta um texto?

Amanheci assim: um pouco calada. Sem nada para dizer ou significar. Precisando de dicionário. Tentei de tudo: ler um pouco, beber um pouco ou plagiar um pouco. Mas, nada saiu. E o que saiu, era mentira. Parecia de outra pessoa. De alguém mais alto ou mais culto, sei lá...


... e portanto, não postei.


Eu não escrevo
sobre o que sei.
Escrevo,
sobre o que sou.*



*Lispector, claro.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

À Francesa

não vá, meu bem amado
porquê? como?
não sei dizer...
é longo o dia*


As horas demoram para passar. Quem foi que quebrou o tempo? Ou sou eu que desaprendi a contar? Meu relógio parou. E o sol não sai para eu imaginar a hora. Tudo é devagar desde que você partiu, sem se despedir. Bem à francesa. E tudo ficou lento por aqui. Como se fosse um filme francês. Que eu não consigo entender.(Sem legenda).

Et moi, tu sais bien, je ne parle plus français.

* Neruda, claro!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Minha Janela Aberta

Se o mundo fosse um pouquinho menor, você moraria no andar de baixo, ou logo ali na outra quadra. E eu poderia lhe ver, de vez em quando, na hora de fazer caminhada ou de passear com o meu cachorro. E talvez, pudesse lhe encontrar, sem querer, no meio do caminho à padaria. Seríamos amigos. Vizinhos. E o que mais que a vida quisesse de nós. Seríamos presentes. Um para o outro. Mas, o mundo é do tamanho que é. E eu não reclamo. Até gosto, confesso. E continuo lhe esperando na minha janela...

... do meu computador.

É só você entrar!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Avesso

Talvez fosse de propósito.
Talvez não.
Talvez fosse inconsciente.
E se não fosse, era para a sua própria proteção.
Tinha medo da entrega.
De perder a metade que era.
E era o avesso.


Se ela gostasse de poesia,
Ele seria a manchete do dia.
A realidade nua, crua e sem adjetivos.
Se ela gostasse do fogo.
Ele seria do signo da água.
Balde completo.
Líquido.
O gelo.
Se ela gostasse de santo,
Ele seria profano.
Não profeta,
Ateu.
Se ela gostasse de mel,
Ele seria ácido, azedo, cítrico.
Ou sal.

E com aquilo que ela mais amava,
Ele a machucava.
Cortava. Queimava.
Fazia bolhas.
E falava em silêncio:
Vai embora.
Saia.
Parta.
Me esqueça.
E o avesso do avesso tentava (?):
Fica.
Brinca.
Finja, se quiser.
Se inscreva.
Me escreva.
Atravesse este meu ser
E me 'desavesse'*

*
Desavessar: é colocar no avesso do avesso do avesso, assim como cantava Caetano...

Pão e Circo

Quem nunca sonhou com a liberdade, ainda que tardia? Com o desejo de ir e vir, sem exílio, perseguição? Sem o 'cale-se' nas entrelinhas? Mas, ele não. Não precisava. Era bisneto da Lei Áurea. Sobre a ditadura, não sabia nada. Pois não passava na televisão. E se sentia livre. Livre para não ler. Livre para não saber escolher. Livre. Livre...
E não precisava de mais liberdade.
Ele só pensava na LIBERTADORES!



(Ah! Chega de Pão e Circo no Brasil. Contra violência nos campos de futebol. À favor dos estudantes de Brasília. Chega de tanta alienação... Isto é só um desabafo de uma Corinthiana.)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Carta de amor

Esta é uma carta de amor. Portanto, carente de resposta. 'O amor sempre é um encontro com que já se foi'. Acho que o Freud está certo, pois amo tudo aquilo que já se passou por mim: minha infância, parque de diversão, pé-de-moleque e matinê. E sempre estou à procura destes momentos vividos. E os encontro, na maioria das vezes, em seus braços.
Esta é uma carta de amor. Como deveriam ser todas as outras que lhe mandei. Doce como chocolate, leve como a brisa do mar e com o supremo dom de acalentar a alma, como um abraço de mãe ou uma sopa quente em um dia frio de inverno.
Ah, me desculpe! Esta não é uma carta de amor. Não teria coragem e ousadia de expressar o que sinto. As palavras fugiriam assustadas do branco do papel. E como dizer que você me fala à alma? Que preenche os vazios dos meus ouvidos?
Ah, esta não é uma carta de amor. Portanto, não te amo...

... e em breve lhe enviarei mais um postal, descrevendo alguma paisagem que vi.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Clips

Saiu cedo. Tinha entrevista de emprego. Vestiu o melhor terno. Aquele de listra de giz. E os sonhos escritos com caneta esferográfica para não se apagarem com algum balde de água fria. A psicóloga vai perguntar a mesma coisa, ele sabe. Portanto, as respostas serão as mesmas: cachorro, A arte da Guerra e perfeccionista. E depois, claro, a dinâmica de grupo: 'Quem você levaria para um subterrâneo?' Ele tem vontade de gritar: Ninguém! Quem moraria na terra? Na escuridão? Mas, ele vai lá e lista: O Padre, a Criança e o Violinista. E não perguntem o porquê. E segura a sua vontade de rir. Olha para a psicóloga que finge ser séria com aqueles óculos azuis. Quem pode ser séria com uns óculos daqueles, ele pensa. E sorri. Tira a gravata. Fala bobeira. É ele. É espontâneo. Sabe que o emprego já era. E não tem importância nenhuma. Está feliz por alguma razão...

...Talvez por não precisar entender que a vaga sempre é de quem escolhe o clips!


(E ele levou cinco no bolso)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Que seja eterno enquanto dure... as férias

Ouvi uma música que me levou para um dia de sol. E me deu uma vontade de romance. De amor. Daqueles de verão. Que fazem bem para a auto-estima. Com data certa para terminar. Sem ter mágoa. Rancor. Sem mentira. Só saudade. Só lembrança. Promessa...


...que nunca se cumprirá.

(E você não sentirá nenhum peso na consciência por causa disto)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dezembro

Fim de ano. Mais um. E as esperanças todas para janeiro. Para dezembro, a contabilidade. Listas de piores e melhores momentos. De coisas para se fazer. Pensar. Ou não se repetir. Um mês para tomar fôlego. Para revisar fotos, dietas e promessas. Um mês para passar rápido. Para perdoar, quem sabe. Porque a felicidade já está lá, sorrindo, pela janela do ano que vem.


(Um dia, prometo, volto a gostar de dezembro)

sábado, 28 de novembro de 2009

Sem pedigree

Se o amor fosse gente, seria malandro. Do tipo cachorro. Bem vira-lata. Daqueles que vão atrás do primeiro que lhe dê atenção. Dos que param em bar em bar, com desejo de um bom pingado. Com olhos pedintes, perdidos...

...atrás de um lar.

(Mas, não se enganem. Eles fogem na primeira oportunidade)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ignácio

E se de repente, pudéssemos programar a paixão? Eu me apaixonaria em um dia claro de outono. Com certeza no sol de abril. E tiraria férias. Só para poder sonhar até mais tarde. Mas, meu coração é um músculo involuntário. Bate, pulsa e canta até nos dias nublados. Não respeita hora e calendário. Deixa o amor entrar assim, sem bater na porta. Sem ser anunciado. Só para ser inesperado. Inusitado. Só para ser você, Ignácio.


(E nem é abril)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Para Francisco

Cansei de inventar, de imaginar o seu gosto. Deve ser parecido com poesia, palavras soltas. E ao seu lado, sinto uma felicidade clandestina que me dá um balaio na noca. E começo a falar insanidades com geleia. E seus pedaços andam espalhados por aqui. Posso contá-los. Posso senti-los. Posso tomá-los em conta gotas. Mas, agora tomei a liberdade de partir. Quem vai dizer tchau? Eu não tenho 17 e poucos anos. Eu não estou sacudindo palavra. E muito menos faço histórias em quadro. Eu apenas me dispo em versos. E esta é a minha notta mental. Minha forma de informalidade de dizer que te amo. Baila comigo? E não diga que sou 1 pergunta...

... eu sou amor e ponto.


(Brincando com nomes de blogues que sigo e deixaram comentários no meu último post)

sábado, 21 de novembro de 2009

Administração de Recursos Humanos

Olhar sereno
Braço forte
Moça bonita, quem é você?

Te vi com a minha observação
Seria legal uma entrevista individual
E também uma dinâmica de grupo
Talvez uma reunião técnica para conhecer seu sorriso
E um questionário estruturado para descobrir seus sonhos

Sem nenhum incidente crítico
Queria conhecer sua metodologia de vida

Quais seriam seus sonhos?
Seria amiga de fulanos?
De onde vens e quantos anos?
Por que me despertou tanto interesse
na aula de Recursos Humanos?

Seu nome vou descobrir mesmo que pene
Assistir você foi bem melhor que a aula da Profa. Irene.



(Não sei o que me aconteceu. Sem inspiração nenhuma para escrever. Preciso me apaixonar urgentemente. Este poema ganhei de presente em uma aula de Recursos Humanos)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre o que eu ainda não sei

Prometi ligar de novo e não liguei, eu sei. Confesso que liguei por impulso na primeira vez.Sou assim: do signo de fogo. Eu queria gritar com você. É gritar! Gritar toda a nossa confusão. Gritar todo este sentimento embaralhado. Embaraçado. Embrulhado para presente. Queria gritar, na esperança tola e infantil que o meu grito pudesse calar o que já vive aqui dentro. Por sorte não liguei novamente, pois ainda tem voz o que sinto...

...Só não tem nome.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ele é do bem!

Meu nome?
Erica.
Com 'c', não com 'k'.
E sem acento.
Adoro o meu sobrenome italiano.
Com dois 'tes' e dois 'zes'.
Sempre tenho que soletrá-lo.
E não me canso.
Mas os meus olhos claros foram herdados da família espanhola.
Sou espanhola.
De corazon.
Vejo Almodovar, ouço Alejandro e flamenco, como paella e bebo cerveja preta.
Mas nunca fiquei bêbada.
Gosto de vinho branco também.
Com moderação.
Sem, só brigadeiro, chocolate, pizza e todos os tipos de massa.
E pão.
Amo pão.
Deve ser por isso que não emagreço.
Ou talvez eu não seja tão alta quanto gostaria.
Não tenho realmente 1,70m de altura.
Mas vou continuar mentindo.
Qual é a minha altura?
1,70m.
E uso salto também.
Mas em casa, ando descalça.
Adoro.
Meus pés são pequenos para a minha altura (1,70m, insisto).
Gosto de futebol.
Assisto o campeonato Paulista, o brasileiro e a copa do mundo.
Casaria com qualquer jogador da seleção italiana.
(O que é aquele Fabio Canavarro?)
Eu e todas as minhas amigas.
Os meus amigos me chamam de louca.
Não gosto.
E quando vi a loucura de perto pela primeira vez na faculdade, fugi.
Tive medo, confesso.
Mas hoje se alguém surtar, ofereço os meus braços:
Surta em mim. Comigo.
Adoro abraços. Mãos dadas.
Eu uso anel.
E a minha mão não tem aquelas três linhas que formam um 'm'.
Então não posso ver o meu destino.
Aí eu eu mesma vou lá e construo.
Dia-a-dia.
Quero tanta coisa.
Quero viajar a América do Sul inteira com a minha Kombi.
Sim, eu quero ter uma Kombi.
Quero tirar fotos em branco e preto.
Ou preto e branco, eu nunca soube ao certo.
E quero ter o DAVI, meu filho
Penso tanto nele.
Muitas vezes.
Várias vezes.
Sem cessar.
Sem me cansar.
E quero conhecer muita gente também.
Ouvir as suas histórias.
E escrevê-las, se possível.
Somos mais de seis bilhões no planeta.
Sabia?
Mais de seis bilhões...
...e eu passei o Dia dos Namorados Sozinha!!
Acredita?
Mas eu não maltrato o Santo Antônio por causa disto.
Eu gosto dele.
Por quê?
Porque ele é do bem!!

sábado, 14 de novembro de 2009

Não existe mensagem de voz em sua caixa postal

Domingo à noite o telefone toca. É sempre assim. Quase no mesmo horário. Perto das oito. Nem precisa ver o identificador de chamadas. É ele, voltando de viagem.
O que ele quer dizer? 'Oi, gata. Estou com saudades!'. Não, ele não diria isto. Ele diria: 'Quero te ver'. Ele é prático. Homem de poucas palavras.
Ela sim sentia saudades. Não dele, mas da época em que eles, os dois, tentavam se conquistar. Um ao outro. Tempo bom. De conversa boa e cerveja importada.
Mas, agora eles estavam nus. Sem máscara e maquiagem. E o que um via no outro era sombra e solidão. Ficavam juntos para se sentirem sozinhos, acompanhados. Para um ficar ao lado do outro, distantes. Ausentes.
Sete e cinquenta e nove. O telefone toca. Não seria domingo se não tocasse. É ele, voltou de viagem. O identificador de chamadas confirma.
E ela se arruma. Passa batom. Fica Bonita. Deixa o telefone tocando...


E vai ao cinema sozinha...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Detalhes

( E outro cabeludo apareceu na minha rua)

Enfim chegou o nosso fim. Igual à de todo mundo. Um falando coisas demais. O outro apontando falhas a mais. E ambos sofrendo. Eu chorei com o Roberto. Com o Venturini. E com a Gal. Você foi para a rua, indiferente. Tudo bem! Cada um sofre a sua maneira. Mas, um dia, eu sai também. E me peguei feliz num Samba-Rock. E nem era Seu Jorge. Era Black Soul total. E alguém me olhou sorrindo.
Estava salva, pensei...


... ou correndo perigo!?!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Re-trato

Pequena. Era assim que se sentia. Não diminuída. Não menor que qualquer outra pessoa. Sentia-se pequena. Pronta para ser levada no colo. Frágil. Como uma porcelana ou aquele perfume francês que não se fabrica mais. Delicada. Detalhista. Não no sentido prático. Ela era detalhista no romance. No amor. Adorava os pequenos gestos. As pequenas frases. As entrelinhas. As reticências. O inesperado. O beijo roubado. O olhar demorado. O dedo mindinho. Gostava do não dito. Do não saber dizer. Do silêncio. Da semente. E daquele sorriso que revelou o que ela desejava. O seu desejo ali estampado nos lábios do outro.
E ela se sentiu pronta. Talvez pequena...

... E muito mulher.

sábado, 7 de novembro de 2009

Objeto A

Ela queria ser outra pessoa. Não por não gostar dela. Não por curiosidade de saber como é a vida do outro. Ela queria ser outra pessoa por outro motivo.
Ela queria ser ela. Aquela. Não por vaidade. Não por estética. A outra era bonita? Ela nem saberia dizer. Ela queria se ela por outra razão.
Para ela e por ela, aquela, criava-se um mundo. Havia história. Havia sentido. E uma vontade de se contar mais. De se ouvir mais.
A saudade era transformada em letra. O vazio em música. A dor, dissecada em verso.
E ela? Ela era apenas ela. Sem palavra. Sem verbo. E sem som.Por isso, ela queria ser ela. Aquela. Mesmo que fosse por um instante, por um momento.


Só para se saber Eva. Se sentir Monalisa. Se olhar Carolina. E ser amada Gabriela.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quase Nelson Rodrigues

Sei bem que as palavras são como corpos que podemos desfrutar, apalpar, comer com os olhos. Ficaremos apenas com elas?
Eu que nunca lhe tive. Você que nunca me viu nua. Mas desejou. As nossas pernas que já se entrelaçaram em sua imaginação em um chão qualquer. Os meus lábios que tanto quiseram beijar os seus em uma despedida. A minha língua que não roça com a de Camões. O meu corpo que roga pelo peso do seu. E pela desobediência de suas mãos (que delas, sabemos somente a doçura). Diga-me, devo esperar-lhe? Às seis e quarenta e cinco de um final de semana qualquer?
Ah! Confessa.Você está morrendo de medo. Diga, garoto! Posso sentir este cheiro, esta insegurança daqui. Fala, enquanto eu bebo champanhe e fumo o meu cigarro de cravo. Sou somente uma mulher- não mordo e nem arranco pedaços.
Apenas desejo...


... E sou um desejo apenas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Visto Negado

Quero fugir. Sair por aí. Para qualquer lugar. Não porque estou descontente. Quero respirar outros ares. Buenos Aires. Mochilar por aí. Sem rumo. Sem objetivo. Sem ideal. Passar alguns dias em Montreal. Ficar de pernas pro ar. Ter sombra e água fresca. Ser feliz. Em Paris? Dançar cancan em Cancun. Pintar a boca e ir para Roma. Viver de boa em Lisboa. Mandar os meus problemas para Istambul. Sentir saudade sem fronteira. E mesmo assim, nem pensar em voltar...

...Mas te carrego comigo! (Ou não fujo não)

sábado, 31 de outubro de 2009

Frankenstein

Dez horas da manhã. Tenho análise. Meu psicanalista me espera. Não sei sobre o que vamos falar. Não faço script. Sempre é inédito. Talvez revele sobre o sonho que não tive e conte sobre o pesadelo que me persegue: eu nua em cima do telhado. Exposta. Frágil. Merecedora de cuidados. Mas, não falo sobre nada disto. Quando deito no divã, me vêm outros pensamentos.Nada de importante. Meu inconsciente ainda se esconde.Digo banalidades, portanto. Preocupações do meu dia-a-dia. -Use a sua criatividade à seu favor, ouço o meu médico da alma dizer. Abro um sorriso amarelo. Penso:'Tarde Demais'! Já inventei um amor para mim...

E ele tem doído...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

HQ

Sei tão pouco de você. Quase nada: nome, idade e ocupação. E nem é entrevista de emprego. Não é trabalho. É diversão. Romance. Roda Gigante. Mão dadas. É suspiro. Sonho. Platão. Platônico. Sei que você desenha bem. -Desenha-me um carneiro? Dê me algo de presente. Que eu lhe darei um futuro. O meu. Cheio de letras, versos e linhas. Prometo um mundo cheio de prosa. Sem blá-blá-blá. Você desenha e eu escrevo. E juntos, formaremos uma história em quadrinhos. Um gibi. Que tal?
Não?

-Eu aceito tirinha de jornal!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Tontura

(de Tontita para Tonton)

Sofro de tontura, tonteira, o que você preferir. Você me faz rir. Eu te faço rir. Gargalhar. Sem precisar contar piada. Apenas brinco de tudo. De ser francesa, pirata ou entender de cinema. Somos duas crianças adultas inventando a felicidade. Escrevendo-a à moda da casa. -Casa comigo? Eu perguntei. E a resposta certa era: 'Para sempre' ou 'Para já'. Mas, você ficou tímido e colocou aquele sorriso de canto de boca que eu adoro. E eu cantei feliz. Encantada. Vivendo o meu próprio conto de fadas no cantinho colorido da minha sala de estar.

E quem vai dizer que isto não é amor?
É amor!!!

(Eu não serei tonta de negar)

sábado, 24 de outubro de 2009

São Paulo- Buenos Aires

Enquanto escrevo, ouço o som que vem do vizinho. Reconheço está música em qualquer lugar. É do grupo Buena Vista Social Club. Não importa a a letra. Nem precisa entendê-la. É de amor que falam, eu sei. Amor à uma terra. À um solo. Y yo sola tambien. Não porque quero. Te quiero! Y estás tan lejos de mi. Espero? Ou te deixo partir? Meu eixo começa a perder o sentido. Desnorteio-me. E tenho desejo de sul. Ardente de 'che'. Me llamas? Que meu corazón já tem chama. Já tem fome. Já tem nome: Es USTED!

Y me muero!
Y me muero
!
(Só para ser dramática)


Ribeirão Preto-São Paulo: 4 horas de ônibus
São Paulo- Buenos Aires: 4 horas de voo.
8 horas nos separam...
...Y algunas platas!

Algunas?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Do it!

Ele tinha vinte e dois anos e aquela carinha de integrante de Banda. Bandboys ou Boysband, sabe se lá. Um James Bond com vinte e dois anos. E ela bem mais velha. E o que é que tem? Ele perguntou. E o que é que tem? Ela repetiu para o seu ego. O seu superego confuso respondeu: -Vai ser feliz! E quem sabe felicidade não era aquilo mesmo? Ela dançando ao som de Black Eyed Peas com um garoto de vinte e dois anos?

I Gotta feeling that tonight's gonna be a good night
That tonight's gonna be a good night
That tonight's gonna be a good night


Amanhã ela pensaria na loucura. No disparate. No despropósito. Naquela noite, ela só queria dançar...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Por um Triz

Foi quase um encontro. Quase se apaixonaram. Ela era quase bonita. E ele quase engraçado. E procuraram isso, um no outro. Ela quase ligou para ele. Ele quase a chamou para sair. Mas, não saíram do quase. Quaz-quaz-quaz ele cantava de longe. Quaz-quaz-quaz ela dançava sozinha. Quase formaram um par. Quase foi amor. Por um triz isto não aconteceu. Ela estava tomando coragem. Ele administrando a timidez. Mas, aí apareceu a atriz e roubou toda a cena.
E ela de novo, foi quase feliz...


...Agora procura desesperadamente por um curso. De teatro? Não de literatura.

sábado, 17 de outubro de 2009

Ah! Temporal

Torço para que chova. Quero correr. Pisar em cada poça d'água com toda força da minha delicadeza. Aproveitarei para chorar sem que ninguém perceba. Sem que ninguém pergunte. A minha desculpa será a chuva. E chorarei por tudo, quase tudo ou nada. Por qualquer coisa atemporal. Como a morte do Ayrton Senna. Ou a infância roubada do Michael Jackson. Chorarei por ontem, por hoje e pelo amanhã. Pelos meus pais, irmãos e futuros filhos. Por cada não que ouviram da vida. Chorarei por todos os tombos que levei desde que aprendi a andar. Por todos os amigos que foram por algum motivo. Chorarei pelos amores que não vieram e pelos o que não vivi por medo. Chorarei pelo troco errado. Pelo pneu furado. Por cada cicatriz do meu corpo. Pelo meu livro não publicado. Chorarei tanto. E o quanto puder. E voltarei seca para casa mesmo com o cabelo molhado. Seca por dentro. Mas, não chove. Não corro. Não choro. Não coro. Não como.
Nada de temporal à vista, apesar do meu mal tempo...

E para amanhã: previsão de sol, nuvens claras e um leve bem estar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Minha Marginal

Trânsito parado. Olho para o lado. Uma criança faz careta para mim. Na minha época, eu só fazia tchauzinho. Mas, tudo bem. Acho graça assim mesmo. No outro carro, um casal de velhinhos. Imagino quantas bodas estão juntos e ainda conversam. Tanto que nem percebem o trânsito parado. O caos. O estresse. Olho para eles e por um instante esqueço também onde estou. Ligo o rádio. E de repente, aquela canção. A nossa. E eu nem tive tempo de fazer as pazes com ela. Mas, não mudo de estação, não. Alguém a dedica para outra pessoa. Que não sou eu. Que não é você. Sorrio. Confesso que nunca pensei em outras pessoas dançando os nossos passos. É, o amor vai em frente. Ele não fica preso na marginal Segue fingindo ser igual para todo mundo. E único, somente para mim...
...como aquela música que todas as pessoas cantam.
Mas, só eu entendo a letra.


Biiiiii. Buzinam. Devo seguir?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Insônia

Três horas da manhã. E eu por ora. Eu sem, ora. Queria ouvir uma música que me trouxesse você. Que dor. Ardor. Adoro. Amor? Uma música que me falasse desse seu soul. Três horas da manhã. E eu senhora. Cem por hora. Sem Paulinho da Viola...

Quatro horas da manhã. O tempo voa. Os meus pensamentos também. Ora em você, ora em nada. Hora vaga. Vagalume. E vanguarda. Eu queria roubar você. Por um segundo. Por uma hora. Para o meu quarto. Sem demora...

Cinco horas da manhã. Esta é a hora da troca de guarda de quem não tem rei. Nem coração. Ação. Só hora. Só oro. Sem fé. Cinco horas da manhã. E o ponteiro insiste em marcar um tempo que já se foi para sempre...

Seis horas da manhã. Hora de levantar. Já? Estou com preguiça de me maquiar. Arrumar. Esconder as minhas olheiras. Todos vão perceber e dizer sobre as horas que passei...
... e você ficou!


Saio, então, de óculos escuros!

sábado, 10 de outubro de 2009

o respeitável CIRCO da vida

Sentia-se artista. Um malabarista da vida. À cada hora equilibrando alguma coisa. Equilibrava-se em sua corda-bamba. Ora caia, ora ficava em pé. Era desempregado. Fazia bico. Fazia mágica para sobrar dinheiro. Mas, não sobrava, não. Matava um leão por dia. Era feliz assim mesmo. Com fome de pipoca e algodão-doce. Desejava que a vida fosse uma matinê de domingo. E sonhava. Sorria...
...como um saltimbanco trapalhão.

Só não gostava de ser palhaço do coração dela.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Matemática

Ela tem dois cestos de roupa suja para lavar. Vida dura, ela reclama! Mas, quem mandou acumular? Soma e multiplica-se. Jornada dupla de quem trabalha fora e depois volta para casa. Doce lar. É cuidadora. Cuida de um bebê e dezesseis avôs. Ganha o seu dinheiro assim e o divide entre os seus irmãos. Subtrai todas as suas alegrias e vontades. Mas, não perde a sua fé, não. Cem por cento crente, de alguma coisa. Reza o seu terço diariamente. Tem esperança de passar meia hora em outro lugar. Naqueles braços, dentro de um quarto.
E não liga a mínima de ir para os quintos do inferno pensando assim.

À noite, equaciona um jeito de isto acontecer...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sede

Cede!
Sê.
Seja de alguém.
De mim?
Estou com sede.
Que não passa,
não passa...

Nem com água com gás.

Esta sede que não cede já tem sede dentro de mim (e até filial)... há muito tempo.

sábado, 3 de outubro de 2009

Samba

(Em homenagem ao Rio. Principalmente à Lapa e ao seu samba que me roubou até ao amanhecer).

Você tem uma tristeza no olhar que te embeleza de algum modo que não sei explicar. É mistério. E essa vontade enorme de querer saber mais vem de você, não é? É mágico. É imã. É sol. Você é ritmo. Melodia e letra. Destas, que dá vontade de chorar de tão linda que é. Mas, não é bolero, não. É samba.
Você é samba, sabia?


"Organizaste uma festa em mim e é por isso que eu canto assim: la la laiá, lalaiá, lalaiá"

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pre-texto

Eu invento algum pretexto para lhe ligar. Para lhe falar. Para saber de qualquer coisa: da chuva, do trânsito, do frio. Pergunto se devo escrever sobre a coragem. Você responde que sim. Escreva. Mas, não escrevo, claro. Não posso. Não devo. Como falar sobre aquilo que não sei? Que não sou. Falta me ousadia para dizer o que sinto. E sinto tanto. Sinto muito. Aí escrevo um pré-texto, ou dois. Uma quase poesia com uma certa tensão, na pretensão louca que você me leia nas entrelinhas. E descubra que eu nunca quis lhe perguntar nada...
... E só queria ouvir sua voz.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Neurotransmissores

Minha respiração falha por um segundo, mas ninguém percebe. Quase me falta o ar. Meu coração bate tão forte que olho para os lados para ver se alguém também escuta. Mas, não. Só eu ouço. Só eu sinto. Percebo que todo mundo está tão tranquilo, querendo saber sobre o seu final. Sobre o seu happy end, que nem se dão conta do meu rubor. Do meu tambor aqui dentro do peito. O que vai ser da minha vida? Pergunto. Eu não sei. Ninguém sabe. E isto até que é bom. Pois, sentir frio na barriga não é tão ruim assim. Eu já me acostumei. Vicie, aliás. E quando me vejo nestes teus olhos castanhos, meu coração dispara novamente. E sinto algo que não sei dizer. Explicar. Escrever. É a adrenalina? A dopamina? A serotonina? A oxitocina? Ou só o amor?

Seja lá o que isto for, é bem melhor que chocolate!!!

sábado, 26 de setembro de 2009

Dedicatória

Para Davi (meu filho),

que um dia irá chegar e me ensinar este tipo de amor pelo qual as pessoas se dispõem a morrer.



Ele escrevia tão bem, era o melhor da sua geração. Nascera poeta. Artista. Escritor. Em suas linhas, o amor era tão fácil de ser vivido. E o inverno sempre verão. Tudo era motivo para festa, carnaval, diálogo e poesia. E escrevia, escrevia, escrevia. Como um pescador que vai para o mar sem se importar com o mal tempo. Falava em suas rimas sobre o amor, sobre a dor, sobre a paz e a alegria. E seus poemas viraram textos. Os seus textos, um grande livro. Um lindo livro. Sem dedicatória... que o empobreceu. Que triste: ele nunca tinha vivido um grande amor.

E disto surgiu mais um verso e tantos outros, escritos para ninguém.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Domesticar

Verbo em extinção.

Tornar-se de casa. Andar descalço. Comer pizza com a mão. Cantar em inglês errado. Cabelo despenteado. Sobras no fogão. Pão francês com manteiga. Mancha de tomate na camiseta. Creme de beleza no rosto. Dormir com travesseiro gostoso. Abrir a geladeira sem pedir. Ser o mais próximo que conseguir e ainda assim, sentir saudade.

DOMESTICA-ME!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Retrato Falado

Em Verso:

A minha verdade é que sou filha da mãe.
Da minha mãe.
E do meu pai também.
Um pouco da teimosia de um,
Misturado com a generosidade do outro.
E vice e versa.
As partes que se uniram para formar o meu todo.
Sou caçula para sorte dos meus irmãos.
E para o meu azar.
Para a minha azaração, escolhi a comédia.
A romântica.
Adoro rir.
Adoro fazer rir.
Amo me apaixonar.
E seria apaixonante se alguém me amasse também.
No clube, sou esportista.
Na faculdade, fui hippie.
Na profissão, sou clássica.
E no clássico, sou Corinthians.
Sou careta.
Sou roqueira.
Sou reta.
Sou convexa.
Sou santa.
Sou insana.
Estou me contradizendo?
Não importa.
Sou tantas.
Tantas sou.
Tantã.
Esta é a minha verdade,
E não me dói.

Em Prosa:

Sou filha do amor. Esta é a maior herança que tenho. Sou teimosa? Hum, prefiro persistente, ariana. E generosa, sempre. Inclusive no trânsito. Sou filha do meus pais. A caçula dos quatro. Obedeci aos meus irmãos até ontem, quase. Cresci. Para mim, não tem nada melhor que ser feliz e amar. Rir e gostar. Sou engraçada. Apaixonei-me tantas vezes quanto foi possível. Agora procuro um amor, daqueles que podem ser eternos (apesar do que diz Vinícius). Faço natação. Corro. Quis ser hippie por muito tempo. Mas tomava banho. Sou psicóloga. E sempre Corinthiana. Tiro fotos fazendo careta. Adoro rock nacional. Não tenho silicone. E sempre quero emagrecer. Sou quieta. E sou louca. De perto quem é normal? Sou muitas. E sou única também.

sábado, 19 de setembro de 2009

Embriaguez

- Você me causa embriaguez, ele disse com sua voz aveludada.
Certo que ERA o melhor dos elogios que ela ouvira.
Ela o olha e um sorriso escapa dos seus lábios.
ERA.


Causar Embriaguez: ficar tonto. Deixar os sentimentos tão confusos ao ponto de querer escrever poema, cantar canção de ninar, tomar chuva de verão, gritar aos ventos que é feliz.

E não há vinho tinto que cause o mesmo efeito.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lois Lane

Eu decoro alguma coisa para lhe falar. Receio que se falar de improviso, a minha voz falhe. Então decoro mesmo. Quero que você me salve. Do quê, ainda não sei bem. Sinto que corro perigo longe dos seus braços e olhos. Vai ouvir os meus gritos mesmo com o ruídos dos carros?
Mas, claro que não digo isto. Não digo nada, aliás. Ensaiei por horas o texto que ele ficou assim, meio sem vida; meio robótico. O 'eu te amo' do final da frase nem tem expressão. Você acreditaria se eu dissesse? É, ninguém acreditaria...
Também me acovardei sob uma máscara. E ela caiu tão bem para mim, ao ponto de me olhar no espelho e não me reconhecer mais.
Como vê, você não é o único a carregar segredos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Convite Romântico

Ainda sonho com o dia em que convidar uma moça para ir à livraria será tão romântico e emocionante quanto convidá-la para ir ao cinema.
E ela esperará ansiosamente por isto.

sábado, 12 de setembro de 2009

Encruzilhada

Enfim nos reencontramos. Quanto tempo já se passou. Veio aquele filminho da nossa vida em sua cabeça? Não? nem na minha. Acho que isso só acontece com quem morre. Ou com quem ama, não sei. Mas, surgiu o mesmo embaraço da primeira vez. É estranho sermos estranhos, um para o outro. Ensaio algumas perguntas: 'Como vai a família'? Ou 'como está a sua namorada anã'? Mas, não digo nada. Falaremos sobre o tempo mesmo. Se vai chover ou fazer sol, assim será melhor. Você foge do protocolo e diz que continuo bonita. Eu respondo, meio sem graça, que você continua o mesmo. Sem saber se isto é um elogio ou não. Quase sorrimos. Beijinhos no rosto, dois. E adeus. Tenho vontade de olhar para trás, confesso. Sei que você estará na esquina me olhando. Com a mão sobre o cabelo. Era assim. Sempre foi assim. Mas, não olho. Sigo em frente. E mesmo em cruz e ilhada, saio COMPLETA de nós.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Contradição era a sua condição

O cachorro estava quieto. Dormia. Ela, a dona, não possuía mais sonhos. Apenas vivia. Respirava. Se acreditasse em príncipes, esperaria por um beijo. Queria acordar. Despertar. Mas, não esperava. Pelo contrário, comia todas as maçãs. Já havia sido expulsa do paraíso. Esperança era só uma cor. Ou um gosto, não lembrava bem. Perfume é o que não era. Sabia de cor todos os cheiros. Do almíscar ao café. E de chuva, o seu preferido. Não tinha sombrinha. A água, portanto, escorria sobre seu rosto. Não era feita de açúcar, pensou. Apesar da doçura. Olhou o cachorro. Ele dormia. Sonhava. Alguém da dupla, enfim, era feliz. Ela quis sorrir. Não conseguiu. E uma lágrima caiu daqueles olhos da cor do mar.

sábado, 5 de setembro de 2009

Quem não tem cão CASA com gato

Era sim que eu 'ouvia' este ditado popular quando era pequena.

Pensava: Se eu não conseguir alguém legal, companheiro serve alguém bonito mesmo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Repousar

Pousar novamente
Por um tempo
Para voar mais longe
Por mais tempo.
Voltar para o ninho
Fingir ser menino
Só para obter mais forças
Para ganhar o céu.

O céu não tem limite.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Igualdade, Fraternidade e Liberdade.

A peça mais importante do xadrez tem o mesmo movimento que o peão. Isto é Igualdade.

Os peões, as torres, os cavalos, os bispos e a rainha morrem pelo o rei. Isto é fraternidade.

Xeque-mate. Fim de jogo. Isto é liberdade.

sábado, 29 de agosto de 2009

Je tombée d'amour

Eu cai de amor. É assim em francês que se diz que está apaixonado. Um tombo dentro dos próprios sentimentos.

Eu que sou tão distraída, não sei como ainda não tropecei em você?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

IN-VERSO

O inverso quer dizer contrário.
Avesso.
Do amor, é o desprezo.
Do branco e preto, é o colorido.
Do vice, o versa.
Do versa, o vice. Ouvistes?
Da simplicidade, o rebuscado.
Do perdido, o achado.
Deste meu verso, o inverso é a prosa.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Empatia

História verídica contada em estágio de psicologia hospitalar:

Uma mãe desolada acaba de receber a notícia que seu filho pequeno morrera vítima de um câncer. Ela chora.
Aproxima-se dela um menino também com câncer. Ele coloca a sua mãozinha na mão dela e fala:

- EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ SENTINDO. EU JÁ PERDI UM CACHORRO.

Empatia é isso. Saber se sua a dor do outro.

Às vezes eu gostaria de ser como este garoto, outras vezes, gostaria de ter o poder de tirar a dor (inclusive as minha).

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Xodó

A significação de xodó é igual à sua sonoridade: Gostosa. É gostoso de se ouvir. É gostoso de se ter,
É um querer muito para algo que até pode ser pequeno. É desejar pequeno algo que pode ser grande só para carregar no colo...
... para sempre!

Xodó a gente grita para o mundo que tem, mas não empresta não!!!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Uma Imagem vale mais que mil palavras!!!

Não concordo. Uma imagem pode significar aquilo que não se quer dizer.
Fico com as palavras, claro. O tempo investido nas escolhas dos substantivos, adjetivos e predicados.
Sempre preferi o cartão às flores; o poeta ao fotógrafo; a dedicatória à capa do livro.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Consuelo

Adoro Consuelo. Não só como nome próprio, mas como substantivo.
Lê em voz alta: Consuelo (consolo em espanhol).

Tu eres mi consuelo.

Dá vontade de abraçar...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Inconformação

Não consigo escolher palavras, substantivos para significar inconformação.
Talvez o seu sinônimo seja este mesmo: um não saber dizer.
É um nó preso, amarrado à garganta.
Um grito querendo gritar.
Uma palavra que já nasce morta.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Morte

A definição mais linda que li sobre a morte foi:
O inverno na Europa foi devastador.
Destrói todas as flores
Mas aí vem a primavera e nos surpreende.
Morrer é a primavera da alma.

Eu sei bem disto.
Já 'morri' tantas vezes.
Mas a minha alma sempre hega à setembro
E me revive!!

Quantas primaveras você tem?

sábado, 1 de agosto de 2009

Contemplar

COM: Junto.

Templar: De templo, talvez?

E no templo ficamos em silêncio, pensamos em Deus.

Adoro olhar você em silêncio.

Te contemplar é ter a certeza que Deus existe!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Nome Próprio

Chega de Paçoquinha, Amendoim ou Espeto.
Se Benjamim é aquele objeto que se coloca na tomada e Moisés é aquele outro em que se carrega o bêbê;
Porque os meus cães que latem, respiram e mordem não podem ter nome próprio?


SIM, eles têm!!!
E ainda eu vou ter um cachorro que se chamará Pablo Neruda e outro, Hiro Nakamura! :)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Era uma vez um advérbio...

Não: Três letras e um acento. E não muda nada. Não, não faz história. Não vira a página. Não acrescenta.
Um Sim muda tudo. Um Sim, para a vida. Um Sim para um emprego. Um Sim para aquele amor.
As histórias são contadas pelo 'SIM'. As melhores narrativas são sobre aquilo que aconteceu.
Estou esperando Sim!
Venha para mim, assim...

sábado, 18 de julho de 2009

Análise Sintática

EU AMO VOCÊ!

Eu: Sujeito. Sujeita a viver você.

Amo: Verbo em transição. Ama-se de tantas maneiras.

Você: Culpado.

Modéstia à parte, sempre fui boa em análise sintática.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sacrifício

Sacríficio vem de Sacro Ofício: Trabalho sagrado.
Escrever é meu maior sacríficio!!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Fronteira

Não sei se começo ou se termino.
Estou vivendo uma fronteira em mim.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Adoro Palavriar

Escrever melhora tudo.
Até dor que não sabemos onde está...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Reabraço!

Li ontem uma frase assim: 'Até quando a vida nos reabraçar...'
Gostei tanto que fiquei vagando, voando...
Esta palavra me roubou de mim!

Reabraçar não é ser abraçado novamente. É mais do que isso. É esperar os braços de quem já se foi e por algum motivo não voltará.
Só quem espera um reabraço sabe...

sábado, 27 de junho de 2009

Marshmalow

Esta é uma de muitas palavras que gostaria de ter inventado.
Mas, ela seria verbo.
E o seu significado bem parecido com o seu gosto:

Eu te masrhmalow!

sábado, 20 de junho de 2009

Jesus de Mazaré

Eu com a minha grandeza e com a minha leveza dos meus quatro anos, era assim que eu o chamava, nos momentos oportunos e difíceis para uma criança: Ai, Jesus de Mazaré!!! E ninguém me corrigia, talvez porque soubessem que como são os grandes amigos, cada um se chama do jeito que quiser.

terça-feira, 16 de junho de 2009

AUNQUE

Adoro esta palavra pela sonoridade dela.
É uma pena que não a utilizo muito.
No hablo español, aunque me gusta mucho.
Aunque italiani.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Seu Bobo

Bobo deixou de ser uma ofensa, pelo menos para mim.
Bobo carrega alguns significados carinhosos, escondidos,sublimados..

- Não é isso não, seu Bobo;
- Você está lindo.
- Eu te adoro, seu Bobo!

sábado, 6 de junho de 2009

Corinthians

Uma palavra que carrega milhões de significados.

Estranhos que se abraçam; 'irmãos' que se reconhecem; um amor que faz doer; um orgulho em branco e preto.

Vitórias. Derrotas. Esperança até aos 47m do segundo tempo.

Time. Nação.

E o melhor de todos os significados:

O CORINTHIANS ME FAZ LEMBRAR MEU PAI.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

V A Z I O

Parece não ter significado.





Mas é muito.




É intenso.




É enorme.




E faz doer.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Infinito

Quando eu era pequena acreditava que o céu era uma cartolina. À noite, azul marinho e de dia, azul celeste. E só os foguetes conseguiam rasgá-la. Cresci. Mas, ainda não entendo os mistérios do universo. Se entendesse, ele seria pequeno e perderia a mágica de ser infinito...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Português

Mudaram o jeito de escrever português, mas ainda bem que não mudaram o jeito que falamos.
Brasileiro fala português com mel!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

AFORTUNADAMENTE

Meu coração não mente, afortunadamente você me faz bem!

sábado, 31 de janeiro de 2009

R.S.V.P

Esta sigla em francês quer dizer responda por favor.
Deveria estar inserida em todos os bilhetes de amor; em todos os pedidos de socorro e em todas as orações.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

PERDÃO!

Palavra difícil de dizer de verdade, com o coração.
Só com a boca é fácil!

Podemos ficar horas debatendo o seu significado. Ele é um pouco polêmico.
Eu acredito que perdoar é esquecer, tornar-se leve... EU QUERO VOAR!

PLEASE FORGIVE-ME!