quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Estranhos no ninho

Somos dois estranhos novamente, um para o outro. Com cuidados nas palavras. Um não saber dizer, tateando no escuro. O que eu me tornei para você, se ainda sou a mesma mulher? E corre o mesmo amor em meus vasos. Nada mudou e apesar disso, somos outras pessoas. Desconhecidas. Com silêncio no olhar. E as mãos prontas para dizer adeus...

... mas, me nego.

domingo, 6 de novembro de 2011

Distante

Que bom que você não tem memória e nunca amou ninguém. Eu sofro de reminicências e enfarto de desejos. Meus sentimentos transbordam pela pele e desabrocho todo dia pela manhã.
Que bom que você não tem memória e segue a vida em frente. Eu contemplo a estação e espero um trem fantasma. E em minha vitrola ainda um tango de Ravel.
Que bom que você não tem memória e brinda sempre com os amigos. Eu coleciono cicatrizes e dialogo com o silêncio.
Que bom que você não tem amor e nunca memorizou ninguém...

... eu sei de cor cada sorriso seu.