sábado, 28 de novembro de 2009

Sem pedigree

Se o amor fosse gente, seria malandro. Do tipo cachorro. Bem vira-lata. Daqueles que vão atrás do primeiro que lhe dê atenção. Dos que param em bar em bar, com desejo de um bom pingado. Com olhos pedintes, perdidos...

...atrás de um lar.

(Mas, não se enganem. Eles fogem na primeira oportunidade)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ignácio

E se de repente, pudéssemos programar a paixão? Eu me apaixonaria em um dia claro de outono. Com certeza no sol de abril. E tiraria férias. Só para poder sonhar até mais tarde. Mas, meu coração é um músculo involuntário. Bate, pulsa e canta até nos dias nublados. Não respeita hora e calendário. Deixa o amor entrar assim, sem bater na porta. Sem ser anunciado. Só para ser inesperado. Inusitado. Só para ser você, Ignácio.


(E nem é abril)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Para Francisco

Cansei de inventar, de imaginar o seu gosto. Deve ser parecido com poesia, palavras soltas. E ao seu lado, sinto uma felicidade clandestina que me dá um balaio na noca. E começo a falar insanidades com geleia. E seus pedaços andam espalhados por aqui. Posso contá-los. Posso senti-los. Posso tomá-los em conta gotas. Mas, agora tomei a liberdade de partir. Quem vai dizer tchau? Eu não tenho 17 e poucos anos. Eu não estou sacudindo palavra. E muito menos faço histórias em quadro. Eu apenas me dispo em versos. E esta é a minha notta mental. Minha forma de informalidade de dizer que te amo. Baila comigo? E não diga que sou 1 pergunta...

... eu sou amor e ponto.


(Brincando com nomes de blogues que sigo e deixaram comentários no meu último post)

sábado, 21 de novembro de 2009

Administração de Recursos Humanos

Olhar sereno
Braço forte
Moça bonita, quem é você?

Te vi com a minha observação
Seria legal uma entrevista individual
E também uma dinâmica de grupo
Talvez uma reunião técnica para conhecer seu sorriso
E um questionário estruturado para descobrir seus sonhos

Sem nenhum incidente crítico
Queria conhecer sua metodologia de vida

Quais seriam seus sonhos?
Seria amiga de fulanos?
De onde vens e quantos anos?
Por que me despertou tanto interesse
na aula de Recursos Humanos?

Seu nome vou descobrir mesmo que pene
Assistir você foi bem melhor que a aula da Profa. Irene.



(Não sei o que me aconteceu. Sem inspiração nenhuma para escrever. Preciso me apaixonar urgentemente. Este poema ganhei de presente em uma aula de Recursos Humanos)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre o que eu ainda não sei

Prometi ligar de novo e não liguei, eu sei. Confesso que liguei por impulso na primeira vez.Sou assim: do signo de fogo. Eu queria gritar com você. É gritar! Gritar toda a nossa confusão. Gritar todo este sentimento embaralhado. Embaraçado. Embrulhado para presente. Queria gritar, na esperança tola e infantil que o meu grito pudesse calar o que já vive aqui dentro. Por sorte não liguei novamente, pois ainda tem voz o que sinto...

...Só não tem nome.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ele é do bem!

Meu nome?
Erica.
Com 'c', não com 'k'.
E sem acento.
Adoro o meu sobrenome italiano.
Com dois 'tes' e dois 'zes'.
Sempre tenho que soletrá-lo.
E não me canso.
Mas os meus olhos claros foram herdados da família espanhola.
Sou espanhola.
De corazon.
Vejo Almodovar, ouço Alejandro e flamenco, como paella e bebo cerveja preta.
Mas nunca fiquei bêbada.
Gosto de vinho branco também.
Com moderação.
Sem, só brigadeiro, chocolate, pizza e todos os tipos de massa.
E pão.
Amo pão.
Deve ser por isso que não emagreço.
Ou talvez eu não seja tão alta quanto gostaria.
Não tenho realmente 1,70m de altura.
Mas vou continuar mentindo.
Qual é a minha altura?
1,70m.
E uso salto também.
Mas em casa, ando descalça.
Adoro.
Meus pés são pequenos para a minha altura (1,70m, insisto).
Gosto de futebol.
Assisto o campeonato Paulista, o brasileiro e a copa do mundo.
Casaria com qualquer jogador da seleção italiana.
(O que é aquele Fabio Canavarro?)
Eu e todas as minhas amigas.
Os meus amigos me chamam de louca.
Não gosto.
E quando vi a loucura de perto pela primeira vez na faculdade, fugi.
Tive medo, confesso.
Mas hoje se alguém surtar, ofereço os meus braços:
Surta em mim. Comigo.
Adoro abraços. Mãos dadas.
Eu uso anel.
E a minha mão não tem aquelas três linhas que formam um 'm'.
Então não posso ver o meu destino.
Aí eu eu mesma vou lá e construo.
Dia-a-dia.
Quero tanta coisa.
Quero viajar a América do Sul inteira com a minha Kombi.
Sim, eu quero ter uma Kombi.
Quero tirar fotos em branco e preto.
Ou preto e branco, eu nunca soube ao certo.
E quero ter o DAVI, meu filho
Penso tanto nele.
Muitas vezes.
Várias vezes.
Sem cessar.
Sem me cansar.
E quero conhecer muita gente também.
Ouvir as suas histórias.
E escrevê-las, se possível.
Somos mais de seis bilhões no planeta.
Sabia?
Mais de seis bilhões...
...e eu passei o Dia dos Namorados Sozinha!!
Acredita?
Mas eu não maltrato o Santo Antônio por causa disto.
Eu gosto dele.
Por quê?
Porque ele é do bem!!

sábado, 14 de novembro de 2009

Não existe mensagem de voz em sua caixa postal

Domingo à noite o telefone toca. É sempre assim. Quase no mesmo horário. Perto das oito. Nem precisa ver o identificador de chamadas. É ele, voltando de viagem.
O que ele quer dizer? 'Oi, gata. Estou com saudades!'. Não, ele não diria isto. Ele diria: 'Quero te ver'. Ele é prático. Homem de poucas palavras.
Ela sim sentia saudades. Não dele, mas da época em que eles, os dois, tentavam se conquistar. Um ao outro. Tempo bom. De conversa boa e cerveja importada.
Mas, agora eles estavam nus. Sem máscara e maquiagem. E o que um via no outro era sombra e solidão. Ficavam juntos para se sentirem sozinhos, acompanhados. Para um ficar ao lado do outro, distantes. Ausentes.
Sete e cinquenta e nove. O telefone toca. Não seria domingo se não tocasse. É ele, voltou de viagem. O identificador de chamadas confirma.
E ela se arruma. Passa batom. Fica Bonita. Deixa o telefone tocando...


E vai ao cinema sozinha...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Detalhes

( E outro cabeludo apareceu na minha rua)

Enfim chegou o nosso fim. Igual à de todo mundo. Um falando coisas demais. O outro apontando falhas a mais. E ambos sofrendo. Eu chorei com o Roberto. Com o Venturini. E com a Gal. Você foi para a rua, indiferente. Tudo bem! Cada um sofre a sua maneira. Mas, um dia, eu sai também. E me peguei feliz num Samba-Rock. E nem era Seu Jorge. Era Black Soul total. E alguém me olhou sorrindo.
Estava salva, pensei...


... ou correndo perigo!?!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Re-trato

Pequena. Era assim que se sentia. Não diminuída. Não menor que qualquer outra pessoa. Sentia-se pequena. Pronta para ser levada no colo. Frágil. Como uma porcelana ou aquele perfume francês que não se fabrica mais. Delicada. Detalhista. Não no sentido prático. Ela era detalhista no romance. No amor. Adorava os pequenos gestos. As pequenas frases. As entrelinhas. As reticências. O inesperado. O beijo roubado. O olhar demorado. O dedo mindinho. Gostava do não dito. Do não saber dizer. Do silêncio. Da semente. E daquele sorriso que revelou o que ela desejava. O seu desejo ali estampado nos lábios do outro.
E ela se sentiu pronta. Talvez pequena...

... E muito mulher.

sábado, 7 de novembro de 2009

Objeto A

Ela queria ser outra pessoa. Não por não gostar dela. Não por curiosidade de saber como é a vida do outro. Ela queria ser outra pessoa por outro motivo.
Ela queria ser ela. Aquela. Não por vaidade. Não por estética. A outra era bonita? Ela nem saberia dizer. Ela queria se ela por outra razão.
Para ela e por ela, aquela, criava-se um mundo. Havia história. Havia sentido. E uma vontade de se contar mais. De se ouvir mais.
A saudade era transformada em letra. O vazio em música. A dor, dissecada em verso.
E ela? Ela era apenas ela. Sem palavra. Sem verbo. E sem som.Por isso, ela queria ser ela. Aquela. Mesmo que fosse por um instante, por um momento.


Só para se saber Eva. Se sentir Monalisa. Se olhar Carolina. E ser amada Gabriela.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quase Nelson Rodrigues

Sei bem que as palavras são como corpos que podemos desfrutar, apalpar, comer com os olhos. Ficaremos apenas com elas?
Eu que nunca lhe tive. Você que nunca me viu nua. Mas desejou. As nossas pernas que já se entrelaçaram em sua imaginação em um chão qualquer. Os meus lábios que tanto quiseram beijar os seus em uma despedida. A minha língua que não roça com a de Camões. O meu corpo que roga pelo peso do seu. E pela desobediência de suas mãos (que delas, sabemos somente a doçura). Diga-me, devo esperar-lhe? Às seis e quarenta e cinco de um final de semana qualquer?
Ah! Confessa.Você está morrendo de medo. Diga, garoto! Posso sentir este cheiro, esta insegurança daqui. Fala, enquanto eu bebo champanhe e fumo o meu cigarro de cravo. Sou somente uma mulher- não mordo e nem arranco pedaços.
Apenas desejo...


... E sou um desejo apenas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Visto Negado

Quero fugir. Sair por aí. Para qualquer lugar. Não porque estou descontente. Quero respirar outros ares. Buenos Aires. Mochilar por aí. Sem rumo. Sem objetivo. Sem ideal. Passar alguns dias em Montreal. Ficar de pernas pro ar. Ter sombra e água fresca. Ser feliz. Em Paris? Dançar cancan em Cancun. Pintar a boca e ir para Roma. Viver de boa em Lisboa. Mandar os meus problemas para Istambul. Sentir saudade sem fronteira. E mesmo assim, nem pensar em voltar...

...Mas te carrego comigo! (Ou não fujo não)