quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lá pelas duas

Vou chegar atrasada no Reveillon...

... o ANO NOVO que me AGUARDE! (frase com duplo sentido)

(Que o ano novo lhe aguarde também... de braços abertos, sorriso no rosto e bilhete de boas vindas.)
Obrigada de coração à todos pelas palavras deixadas aqui. Sempre gosto muito. Nos vemos no ano que vem? Lá pelas duas?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Também é natal no sertão

-Moça, você pode escrever uma carta para mim?
-Claro senhor.


Rosa, Romildo, Rosivaldo, Roseline, Rosildo, Rosiclaudio, Rose e Rosamaria,

A saudade é grande, maior até que esta cidade em que estou. Aqui chove, quase todos os dias. E em toda hora que isto acontece, penso em vocês. Com o chão rachando. Se pudesse mandaria água de presente. Mas, não posso. Nem dinheiro, por enquanto. Então, mando escondido nestas letrinhas bonitas, esperança e fé. São as únicas coisas que tenho e reparto com vocês!!! Fé e esperança de um dia melhor, de nós todos juntos aqui.

Com amor,

Ronaldo

(Não tenho dinheiro, não mando presentes, mas eu ofereço letrinhas de Natal. Feliz Natal para vocês!!)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

!

Porque você não se declara?
Não se declama?
Não se espalha?
Não se derrama?
Já que a sua voz é tão linda,
e você escreve tão bem...


... e eu adoro versinhos simples e de amor!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Rua da Saudade, sem número

É estranho quando uma rua perde o sentido e passa a ser somente a rua em que morávamos. Assim, dita no passado. O portão azul continua pintado da mesma cor, um pouco mais celeste, mas ainda azul. E os carros continuam passando da direita para a esquerda. Nada mudou. Somente nós. Tenho vontade de perguntar se alguém daquela casa é feliz. Como se a felicidade fosse um tesouro que esquecemos e deixamos para trás. Mas, não aperto a campainha. Sento na calçada e fico vendo as lembranças passarem. Uma a uma, de cores variadas. A saudade aproveita o momento e estaciona ao meu lado e me faz companhia até o entardecer. - Moça, você está perdida? Ouço alguém dizer. -Sim, estou...

... e me dá uma vontade de chorar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alguém me empresta um texto?

Amanheci assim: um pouco calada. Sem nada para dizer ou significar. Precisando de dicionário. Tentei de tudo: ler um pouco, beber um pouco ou plagiar um pouco. Mas, nada saiu. E o que saiu, era mentira. Parecia de outra pessoa. De alguém mais alto ou mais culto, sei lá...


... e portanto, não postei.


Eu não escrevo
sobre o que sei.
Escrevo,
sobre o que sou.*



*Lispector, claro.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

À Francesa

não vá, meu bem amado
porquê? como?
não sei dizer...
é longo o dia*


As horas demoram para passar. Quem foi que quebrou o tempo? Ou sou eu que desaprendi a contar? Meu relógio parou. E o sol não sai para eu imaginar a hora. Tudo é devagar desde que você partiu, sem se despedir. Bem à francesa. E tudo ficou lento por aqui. Como se fosse um filme francês. Que eu não consigo entender.(Sem legenda).

Et moi, tu sais bien, je ne parle plus français.

* Neruda, claro!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Minha Janela Aberta

Se o mundo fosse um pouquinho menor, você moraria no andar de baixo, ou logo ali na outra quadra. E eu poderia lhe ver, de vez em quando, na hora de fazer caminhada ou de passear com o meu cachorro. E talvez, pudesse lhe encontrar, sem querer, no meio do caminho à padaria. Seríamos amigos. Vizinhos. E o que mais que a vida quisesse de nós. Seríamos presentes. Um para o outro. Mas, o mundo é do tamanho que é. E eu não reclamo. Até gosto, confesso. E continuo lhe esperando na minha janela...

... do meu computador.

É só você entrar!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Avesso

Talvez fosse de propósito.
Talvez não.
Talvez fosse inconsciente.
E se não fosse, era para a sua própria proteção.
Tinha medo da entrega.
De perder a metade que era.
E era o avesso.


Se ela gostasse de poesia,
Ele seria a manchete do dia.
A realidade nua, crua e sem adjetivos.
Se ela gostasse do fogo.
Ele seria do signo da água.
Balde completo.
Líquido.
O gelo.
Se ela gostasse de santo,
Ele seria profano.
Não profeta,
Ateu.
Se ela gostasse de mel,
Ele seria ácido, azedo, cítrico.
Ou sal.

E com aquilo que ela mais amava,
Ele a machucava.
Cortava. Queimava.
Fazia bolhas.
E falava em silêncio:
Vai embora.
Saia.
Parta.
Me esqueça.
E o avesso do avesso tentava (?):
Fica.
Brinca.
Finja, se quiser.
Se inscreva.
Me escreva.
Atravesse este meu ser
E me 'desavesse'*

*
Desavessar: é colocar no avesso do avesso do avesso, assim como cantava Caetano...

Pão e Circo

Quem nunca sonhou com a liberdade, ainda que tardia? Com o desejo de ir e vir, sem exílio, perseguição? Sem o 'cale-se' nas entrelinhas? Mas, ele não. Não precisava. Era bisneto da Lei Áurea. Sobre a ditadura, não sabia nada. Pois não passava na televisão. E se sentia livre. Livre para não ler. Livre para não saber escolher. Livre. Livre...
E não precisava de mais liberdade.
Ele só pensava na LIBERTADORES!



(Ah! Chega de Pão e Circo no Brasil. Contra violência nos campos de futebol. À favor dos estudantes de Brasília. Chega de tanta alienação... Isto é só um desabafo de uma Corinthiana.)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Carta de amor

Esta é uma carta de amor. Portanto, carente de resposta. 'O amor sempre é um encontro com que já se foi'. Acho que o Freud está certo, pois amo tudo aquilo que já se passou por mim: minha infância, parque de diversão, pé-de-moleque e matinê. E sempre estou à procura destes momentos vividos. E os encontro, na maioria das vezes, em seus braços.
Esta é uma carta de amor. Como deveriam ser todas as outras que lhe mandei. Doce como chocolate, leve como a brisa do mar e com o supremo dom de acalentar a alma, como um abraço de mãe ou uma sopa quente em um dia frio de inverno.
Ah, me desculpe! Esta não é uma carta de amor. Não teria coragem e ousadia de expressar o que sinto. As palavras fugiriam assustadas do branco do papel. E como dizer que você me fala à alma? Que preenche os vazios dos meus ouvidos?
Ah, esta não é uma carta de amor. Portanto, não te amo...

... e em breve lhe enviarei mais um postal, descrevendo alguma paisagem que vi.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Clips

Saiu cedo. Tinha entrevista de emprego. Vestiu o melhor terno. Aquele de listra de giz. E os sonhos escritos com caneta esferográfica para não se apagarem com algum balde de água fria. A psicóloga vai perguntar a mesma coisa, ele sabe. Portanto, as respostas serão as mesmas: cachorro, A arte da Guerra e perfeccionista. E depois, claro, a dinâmica de grupo: 'Quem você levaria para um subterrâneo?' Ele tem vontade de gritar: Ninguém! Quem moraria na terra? Na escuridão? Mas, ele vai lá e lista: O Padre, a Criança e o Violinista. E não perguntem o porquê. E segura a sua vontade de rir. Olha para a psicóloga que finge ser séria com aqueles óculos azuis. Quem pode ser séria com uns óculos daqueles, ele pensa. E sorri. Tira a gravata. Fala bobeira. É ele. É espontâneo. Sabe que o emprego já era. E não tem importância nenhuma. Está feliz por alguma razão...

...Talvez por não precisar entender que a vaga sempre é de quem escolhe o clips!


(E ele levou cinco no bolso)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Que seja eterno enquanto dure... as férias

Ouvi uma música que me levou para um dia de sol. E me deu uma vontade de romance. De amor. Daqueles de verão. Que fazem bem para a auto-estima. Com data certa para terminar. Sem ter mágoa. Rancor. Sem mentira. Só saudade. Só lembrança. Promessa...


...que nunca se cumprirá.

(E você não sentirá nenhum peso na consciência por causa disto)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dezembro

Fim de ano. Mais um. E as esperanças todas para janeiro. Para dezembro, a contabilidade. Listas de piores e melhores momentos. De coisas para se fazer. Pensar. Ou não se repetir. Um mês para tomar fôlego. Para revisar fotos, dietas e promessas. Um mês para passar rápido. Para perdoar, quem sabe. Porque a felicidade já está lá, sorrindo, pela janela do ano que vem.


(Um dia, prometo, volto a gostar de dezembro)