sábado, 12 de setembro de 2009

Encruzilhada

Enfim nos reencontramos. Quanto tempo já se passou. Veio aquele filminho da nossa vida em sua cabeça? Não? nem na minha. Acho que isso só acontece com quem morre. Ou com quem ama, não sei. Mas, surgiu o mesmo embaraço da primeira vez. É estranho sermos estranhos, um para o outro. Ensaio algumas perguntas: 'Como vai a família'? Ou 'como está a sua namorada anã'? Mas, não digo nada. Falaremos sobre o tempo mesmo. Se vai chover ou fazer sol, assim será melhor. Você foge do protocolo e diz que continuo bonita. Eu respondo, meio sem graça, que você continua o mesmo. Sem saber se isto é um elogio ou não. Quase sorrimos. Beijinhos no rosto, dois. E adeus. Tenho vontade de olhar para trás, confesso. Sei que você estará na esquina me olhando. Com a mão sobre o cabelo. Era assim. Sempre foi assim. Mas, não olho. Sigo em frente. E mesmo em cruz e ilhada, saio COMPLETA de nós.

2 comentários:

Claudinha Santos disse...

"Per-fei-to... sofisticadamente simples, as palavras se cruzam de maneira tão singular. Essa situação descrita no texto eu sei como é bem...Parabéns Erica, cada dia mais me sinto lisonjeada de poder ler seus textos."
Bjs
att: Claudinha

Tatiane Trajano disse...

Noooossa!
Fiquei ilhada, perdida nas suas palavras..
Muito bom!

E eu ainda tenho esperanças de sair COMPLETA de um reencontro.

Beijosss